“Seus lábios são como um fio vermelho; sua boca é belíssima. Suas faces, por trás do véu, são como as metades de uma romã” – Ct 4:3 (NVI)
“Sexo sem limite, Sodoma e Gomorra” – Mano Brown, “Capítulo 4, versículo 3”
Como devo lidar com a minha vida sexual? Será que a Bíblia traz essa resposta? Se um dia você ou algum conhecido tiver essa dúvida, pense no seguinte: um dos 66 livros do cânon sagrado trata em seus oito capítulos do amor erótico entre Salomão (o esposo) e a sulamita (a esposa), sem citar diretamente nenhuma vez o nome de Deus. Estou falando de Cantares, ou o Cântico dos Cânticos.
Os elogios às características da esposa que constam no versículo 4:3 ocorrem por todo o livro. Ambos querem conquistar um ao outro com palavras de carinho, demonstrando claramente o desejo de beijar e tocar o corpo do cônjuge. Há referências sexuais claras, mas sem apelação e grosseria. É bonito notar o prazer que eles têm nesse relacionamento.
A cumplicidade entre o casal, advinda da exclusividade, contrasta com o que vemos na música “Capítulo 4, Versículo 3”. Para citar que o personagem da história deixou uma vida monogâmica com “sua preta” para se aventurar em um ciclo de sexo sem limite, Mano Brown recorre a outro exemplo bíblico: Sodoma e Gomorra, as cidades destruídas por Deus pelo fato de lá o “pecado ter sido agravado” (Gn 18:20), inclusive o da “prostituição” (Jd 7).
Entre o sexo sem limite de Sodoma e Gomorra e a relação exclusiva do esposo com a esposa de Cantares, eu fico com a segunda opção. Aprendo que uma vida sexual saudável não está vinculada à busca desenfreada pelo prazer, pela variedade, pela experimentação; tem a ver com a construção de uma intimidade com uma única mulher baseada em respeito e amor, permeada por elogios constantes de parte a parte, o que resultará em um crescimento do desejo.