Lembranças do Timão no Brasileiro de 1993

julho 20, 2017

O Corinthians alcançou a marca de 15 jogos invictos no atual Brasileirão: 11 vitórias e quatro empates, com 25 gols marcados e sete sofridos. Essa marca é muito semelhante a de outro time que marcou minha adolescência: o Timão do Brasileiro de 1993 que, em suas 15 primeiras partidas da competição, também chegou a 11 vitórias e quatro empates, mas com 30 gols pró e 10 contra.

Mario SergioSer corintiano hoje está fácil, mas 24 anos atrás, às vésperas do Brasileirão, as coisas não eram brincadeira. O São Paulo era então o atual bicampeão da Libertadores e o Palmeiras acabara de ser campeão paulista e do Rio-São Paulo, ambos em cima do próprio Timão, acabando com uma fila de 17 anos sem títulos (e com um esquadrão montado com o dinheiro da Parmalat). O grande ídolo do time nos últimos anos, o meia Neto, deixara o clube para ir jogar na Colômbia (!), e o técnico Nelsinho fora treinar o Al Hilal, da Arábia Saudita. Com o comentarista Mário Sérgio chamado para ser treinador e o quarteto de jogadores contratados junto ao Mogi Mirim  (Admilson, Leto, Válber e um tal de Rivaldo), a equipe iria em busca do bi nacional.

O Campeonato Brasileiro de 1993 foi sui generis: com 32 equipes, devido a um regulamento criado para alçar o Grêmio da segunda para a primeira divisão, a competição só começou em setembro (acredito que pelo calendário das Eliminatórias da Copa). E lá estava eu em frente à TV para ver a estreia do Coringão, contra o Cruzeiro, no feriado da Independência do Brasil. Antes de o jogo começar, os repórteres chamavam a atenção para dois atletas de 17 anos, um de cada time. Zé Elias, do Timão, fazia seu primeiro jogo entre os profissionais, enquanto um dentuço de cabelo curto chamado Ronaldo era a esperança de gols da equipe Celeste. No final,  Corinthians 2 a 0.

A partir dali, acompanhei aquele time de perto. Ao todo, o Timão fez 20 jogos no campeonato, 12 deles na Capital paulista. Destas partidas, só não fui ao estádio em duas  (vitórias por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, na primeira fase, e sobre o Santos, na segunda), e em nenhuma o Corinthians saiu derrotado. Seguem abaixo as lembranças que tenho dos jogos que vi in loco:

São Paulo 1 x 1 Corinthians – “Ôôô, o Zetti é cheirador”

Chá de cocaEra o segundo jogo do campeonato e, pelo que lembro, não foi lá muito emocionante. O que jamais esqueço foi o cruel grito da torcida corintiana no Morumbi para o goleiro são-paulino, que fazia alusão ao fato de o jogador ter sido pego no antidoping pelo uso de cocaína menos de dois meses antes, em uma partida da seleção brasileira contra a Bolívia, pelas Eliminatórias. Dias depois do episódio, ficou comprovado que ele tinha consumido apenas um chá de coca, bebida comum em La Paz para amenizar os efeitos da altitude. Mas, para a galera, o que importava era a brincadeira.

Corinthians 1 x 0 Flamengo – “Doutor, eu não me engano, o Casagrande é corintiano”

Corinthians e Flamengo estavam invictos e, para apimentar ainda mais a partida, era a primeira vez que o atacante Casagrande enfrentava o Timão, depois de anos na Europa. Enquanto se esperava um ambiente hostil para um dos jogadores ícones da Democracia Corintiana, o que se viu foi exatamente o contrário: a torcida acolheu Casão e fazia questão de lembrar seu amor pelo Alvinegro.

Por ironia, a bola do gol corintiano marcado por Rivaldo ainda desviou em Casagrande antes de ir para as redes. E, no ano seguinte, o atacante voltava para o Parque São Jorge.

Corinthians 2 x 0 Internacional e Corinthians 5 x 1 Bahia – dois jogos, festa de debutante e Bertioga no mesmo feriado

Ah, como é bom ser jovem! No dia 9 de outubro, um sábado, o Timão recebeu o Internacional no Pacaembu à tarde e lá estava eu no estádio com meu irmão. O time ganhou sem sustos e assistimos aos minutos finais quase na porta de saída, pois à noite teríamos uma festa de debutante.

No dia seguinte, fui à igreja pela manhã e, na sequência, descemos com uma turma para Bertioga. Com receio do trânsito, o grupo resolveu voltar na terça de manhã (feriado de Nossa Senhora de Aparecida) e pouco depois do horário de almoço estávamos em casa. Eu e meu irmão conversarmos e percebemos que dava para chegar ao Pacaembu a tempo de comprarmos ingresso e assistirmos à partida contra o Bahia, ainda naquela tarde. No caminho, conseguimos uma carona para parte do trajeto e foi possível ver todo o jogo, mas do tobogã. Valeu a pena o esforço: um show de bola do Coringão para cima do Tricolor baiano, que ainda descontou com um gol do atacante Marcelo Ramos.

Corinthians 1 x 0 São Paulo – “Mas eu não fiz nada!”

Dangerous TourO Michael Jackson estava no Brasil para fazer dois shows no Morumbi pela Dangerous Tour e, por isso, essa partida foi marcada para o Pacaembu. E lá estava eu novamente no Paulo Machado de Carvalho com meu irmão, pela terceira vez em oito dias (aliás, revendo agora, a tabela do campeonato era ridícula: na primeira fase, o Corinthians iniciou com cinco jogos como visitante, para emendar quatro partidas em seu estádio). Curiosamente, este era um jogo considerado de alto risco pela polícia.

Era o quarto Majestoso que eu iria assistir no estádio no ano e, até então, não tinha visto uma vitória sobre o São Paulo (havia mais um jogo de jejum, se eu contar o primeiro confronto da final do Paulistão de 1991, Raí 3 a 0). Sair de lá com a vitória, com o único gol do volante Simão com a camisa corintiana, lavou a alma.

Na saída do estádio, percebemos que havia uma confusão distante de onde estávamos. Após um momento de hesitação, que incluiu bisbilhotar o que estava acontecendo, resolvemos seguir nosso caminho para casa, quando vimos uma multidão de corintianos correndo pelas ruas de Higienópolis. Na sequência, passaram duas viaturas em alta velocidade. Até que a terceira resolveu parar bem onde estávamos e o policial já saiu distribuindo borrachada.

Não sei quem já teve essa experiência, mas receber uma pancada de um cassetete às vésperas de completar 13 anos não é uma coisa muito agradável. Ele me bateu com a borracha na horizontal, de cima para baixo, na região dos glúteos. Eu praticamente fui jogado para cima e só deu tempo de gritar pela minha inocência. Saí correndo sem nem olhar para trás.

Chegando em casa, minha mãe percebeu que algo estava errado. Não tive outra alternativa a não ser contar a verdade e mostrar o vergão escondido embaixo da bermuda.

Ps. Esse foi o último jogo do zagueiro Marcelo Djian pelo Corinthians, como já havia comentado aqui.

Corinthians 5 x 1 Botafogo – Revanche com o amigo

Em 1992, o Corinthians perdeu a chance de se classificar para a final do Brasileirão principalmente devido a uma derrota sofrida na segunda fase, contra o Botafogo, no Pacaembu: 0 x 1, gol de Valdeir “The Flash”. E eu estive lá no estádio, lógico.

No ano seguinte, a situação era outra: o Timão era a sensação da competição, enquanto o time da estrela solitária sofria com uma das piores campanhas. O que se viu naquela tarde de 31/10 foi um passeio, com dois gols de Rivaldo, dois de Viola e um de Válber.

Minhas idas ao estádio eram, na maioria das vezes, acompanhadas do meu pai e do meu irmão. Nesse dia, porém, um amigo de infância estava lá para completar o grupo. Posso estar enganado, mas devia ser um dos seus primeiros jogos no campo. Não poderia haver dia melhor para ver o Coringão no Pacaembu.

Corinthians 2 x 1 Bragantino – De virada, sem o irmão

Poucas lembranças do jogo, só que foi de virada e que meu irmão, por alguma razão, não estava ali para comemorar junto comigo e meu pai. Aqui, foi possível ver que os dois gols de Válber foram de cabeça.

Corinthians 3 x 2 Santos – Gol do Zé da Fiel

Na primeira fase, o Corinthians foi arrasador. Terminou líder do seu grupo com sete pontos de vantagem sobre o São Paulo, segundo colocado, sendo que na época as vitórias valiam apenas dois pontos (em 1995, entrou em vigor no Brasileirão a regra da Fifa de três pontos por triunfo). Na era pré-pontos corridos, no entanto, isso de nada valia, pois o time teria de encarar uma segunda fase em um grupo com mais três equipes (Santos, Vitória e Flamengo), em turno e returno, para a mais bem colocada avançar à final.

Esse jogo era o primeiro dessa fase e o palco passaria a ser o Morumbi, já que o Pacaembu ficava pequeno para a massa corintiana nesses momentos decisivos. Os 45.970 pagantes assistiram a um primeiro tempo sem gols, mas tudo mudaria nos 45 minutos finais.

O Timão abriu 3 a 0 e o terceiro gol foi dele: Zé Elias. Esse foi um dos dois gols do volante com a camisa do Corinthians, e eu pude testemunhar tal feito. O que parecia mais uma vitória tranquila se tornou em um sufoco: o Santos marcou dois gols e só comemoramos com o apito final.

Corinthians 2 x 2 Flamengo – Tensão e “copada” no careca

O clima no Morumbi naquela noite de quarta-feira era muito diferente ao do jogo contra o Santos. Depois daquela partida, o Timão finalmente perdeu sua invencibilidade em uma derrota por 2 a 1 para o Vitória, na Bahia, e ficou no 1 a 1 com o Flamengo, no Maracanã. O time baiano liderava o grupo com cinco pontos, enquanto o Timão era o segundo, com três. Vencer o Flamengo “no jogo de volta” era fundamental para as pretensões de passar de fase.

Essa obrigação de vencer deixava a atmosfera mais tensa entre os torcedores. Antes de o jogo começar, porém, um breve momento de “descontração”: não lembro o motivo, mas a massa passou a encrencar com um careca que estava a alguns degraus abaixo de mim e do meu irmão (nesse jogo, meu pai não foi). Até que um copinho de papelão amassado, que partiu perto de onde estava sentado, acertou em cheio na mente brilhante. A galera foi ao delírio.

Quem comemorou, aproveitou. Depois que a bola passou a rolar, dava para sentir que as coisas não dariam certo. Marcelinho, que antes de virar o ídolo corintiano jogava no Rubro-negro carioca, abriu o placar (de falta, claro!). No segundo tempo, Tupãzinho empatou, mas logo Renato Gaúcho deixou novamente os flamenguistas em vantagem. Viola voltou a empatar na sequência, mas a equipe não conseguia o algo a mais para virar. O goleiro Ronaldo chegou a sair jogando com o pé algumas vezes, à la Higuita, para incentivar seus companheiros (e fazer uma média com a torcida, lógico). De nada adiantou: empate e a sensação de que a vaca começava a ir para o brejo.

Corinthians 2 x 2 Vitória: Sem próxima fase. No vestibular e no campeonato.

Placar morumbiApesar do empate contra o Flamengo, ainda restava uma esperança para o Timão ir à final: o Vitória também empatara na rodada anterior (contra o Santos) e o confronto direto, em casa, com o time baiano, poderia deixar o Corinthians na liderança. Era só vencer.

Não poderia ficar de fora desse jogo decisivo, só havia um problema: meu irmão iria prestar o vestibular da Fuvest como “treineiro” naquela tarde. Posso estar enganado, mas ele obrigatoriamente teria de ficar na sala de provas até as 16h, e o jogo estava marcado para as 17h. A solução era montar o esquema com meu pai para, em uma hora, sair de carro de Pinheiros até o Morumbi, a ponto de assistir à partida. Lógico que meu irmão foi o primeiro a deixar o colégio e fomos rumo ao estádio.

O plano traçado deu certo, só faltava agora o time corresponder. Como eram mais de 65 mil pagantes, tivemos de assistir ao primeiro tempo em pé, praticamente na “boca” da arquibancada. E o que vimos não foi muito legal: em menos de 10 minutos, o Vitória já vencia por 2 a 0. O primeiro gol, inclusive, foi “contra” do goleiro Ronaldo. Em uma falta de dois lances, Roberto Cavalo cobrou direto para o gol e o arqueiro encostou na bola antes de ela estufar as redes. Se a bola entrasse direto, o tento não valeria.

Rivaldo diminuiu ainda no primeiro tempo e o zagueiro Henrique, de cabeça, empatou no início da segunda etapa. Mesmo com 35 minutos para virar, a equipe não conseguiu superar o goleiro Dida e tivemos de amargar mais um empate, tornando remotíssimas as chances de o Corinthians ir para sua terceira final no ano contra o Palmeiras.

Remotas também eram as chances de meu irmão ter um desempenho bom no vestibular depois de fazer a prova em tempo recorde. Ele não passou para a segunda fase da Fuvest. Assim como o Corinthians também não avançou de fase, mesmo com uma vitória heroica sobre o Santos em seu último jogo.


Eu acredito em Ronaldo

dezembro 11, 2008

ronaldo-fenomenoA contratação do atacante Ronaldo pelo Corinthians me surpreendeu. Muitos duvidam que ele se dará bem na equipe, mas eu acredito no seu sucesso.

Antes da Copa de 2002, participei de um bolão e, além dos resultados da competição, também deveria apostar em quem seria o artilheiro do torneio, o artilheiro do Brasil e o autor do primeiro gol brasileiro no campeonato. Pensei bem e não titubeei: cravei Ronaldo três vezes.

Não deu outra. Ele marcou o primeiro gol do Brasil, na estréia contra a Turquia, e terminou como artilheiro da Copa com 8 gols. Resultado: ganhei o bolão (apostara Brasil campeão), levando para casa aproximadamente R$ 200.

Podem falar que ele está velho, gordo, machucado, mas pior que o Finazzi, o nosso “ídolo” em 2007, ele não é. Mesmo meia-boca, o Fenômeno saberá aproveitar os passes do Douglas e fará uma ótima dupla de ataque com o Dentinho.

Ronaldo e ex-familiaVontade não vai faltar para o jogador. A convivência que ele teve com Milene Domingues, a corintianíssima Rainha das Embaixadas, deu a noção para o jogador da importância que o Timão tem. Não duvido nada que seu filho Ronald seja corintiano.

Com raça e talento, Ronaldo pode ser um grande jogador para o Corinthians. É uma honra ter no time para o qual torço um dos principais responsáveis pelo penta do Brasil (o outro grande responsável pela conquista, Rivaldo, já tivera esse privilégio entre 1993 e 1994). Quem sabe Ronaldinho Gaúcho chega no ano do centenário?


Melhor Corinthians do meu tempo: Marcelinho – Camisa 7

outubro 10, 2008
Bons temposO Corinthians enfrentará neste sábado o Santo André mais uma vez pela Série B do Campeonato Brasileiro e, novamente, o assunto é um só: o reencontro de Marcelinho com a torcida alvinegra. Não é para menos, já que o meia é considerado por muitos o maior ídolo da história do Timão.

Eu discordo dessa afirmação, mas não há como negar a importância de Marcelo Pereira Surcin no Corinthians. Em três passagens pela equipe (1994-1997, 1998-2001 e 2006), o jogador se tornou o recordista de títulos no clube (Mundial de Clubes 2000, Campeonatos Brasileiros de 1998 e 1999, Campeonatos Paulistas de 1995, 1997, 1999 e 2001, além da Copa do Brasil em 1995).

Sua trajetória no Timão começou no Paulista de 1994 e eu estava no Pacaembu para assistir ao seu primeiro gol com a camisa alvinegra, sobre a Portuguesa (3 x 1), na estréia da competição. No total, ele balançou 204 vezes as redes adversárias, o que o deixa como o quinto maior artilheiro da história corintiana.

Além dos gols, principalmente em cobranças de faltas magistrais, Marcelinho era especialista em assistências. Com a bola parada, cansou de colocar companheiros em condições de marcar. Com ela rolando, então, tinha habilidade tanto para fazer um lançamento de 40 metros quanto para driblar um rival em um curto espaço de campo.

Herói das conquistas nacionais do Timão, Marcelinho ficou marcado por falhar em competições internacionais. No Mundial de 2000, teve a chance de marcar o “gol do título”, mas errou a penalidade que confirmaria a faixa de campeão ao Corinthians. No entanto, o equívoco não comprometeu, já que Edmundo fez o favor de chutar a bola nas alturas e garantir o troféu para o Parque São Jorge.

Cinco meses depois, porém, a história terminou mal. Na fatídica partida contra o Palmeiras, pela Libertadores, todos os jogadores acertaram sua cobrança na disputa por pênaltis. Marcelinho, o décimo a cobrar, parou nas mãos de Marcos, para desespero da Fiel.

Apesar da eliminação no torneio continental, o meia permaneceu no Timão e ainda conquistou o Paulista de 2001, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. Na Copa do Brasil, porém, o sucesso não foi o mesmo. Uma suposta confusão na véspera da decisão, que envolveria até a Tiazinha, segundo as más línguas, estremeceu o relacionamento entre técnico e jogador.

Esse desentendimento teve seu ápice na véspera do Brasileiro, quando Marcelinho foi infeliz ao falar “em off”, para alguns jornalistas (Chico Lang inclusive), que Ricardinho era o leva-e-traz do treinador. O episódio resultou no banimento do atleta, que se transferiu para o Santos.

Marcelinho, na época de reservaDepois de passar por vários clubes, Marcelinho desembarcou pela terceira vez no Parque São Jorge em 2006, para ser um reserva de luxo dos galácticos da MSI. Com a camisa 77, disputou somente cinco jogos no Timão, sem brilho.

O sonho do jogador é fazer uma partida de despedida pelo Corinthians em 2010, ano do centenário do clube, no Pacaembu, contra o Palmeiras. Espero que ele tenha uma atuação como esta, em jogo do Paulistão de 1995.


Pratas com gostos distintos

agosto 21, 2008

O Brasil conseguiu duas medalhas de prata nesta quinta-feira nas Olimpíadas de Pequim, mas as conquistas tiveram gostos totalmente diferentes. Na vela, Robert Scheidt e Bruno Prada tinham remotas chances de ficar com uma medalha que não fosse a de bronze e mesmo assim terminaram a competição da classe Star na segunda colocação, graças ao mau desempenho do barco da Suécia. Se eles comemoraram muito, as meninas da seleção de futebol saem da China frustradas.

Consideradas favoritas ao ouro após o chocolate de 4 a 1 sobre a Alemanha, as jogadoras do Brasil não repetiram o mesmo desempenho na final contra as norte-americanas e a partida foi para a prorrogação. Logo no início do tempo extra, os Estados Unidos arriscaram um chute de fora da área e garantiram a vitória por 1 a 0.

Com as duas pratas desta quinta, o Brasil soma oito medalhas até agora em Pequim (1 de ouro, 2 de prata e 5 de bronze), mais duas garantidas: vôlei feminino e vôlei de praia masculino. Em ambas situações, o adversário na final serão os Estados Unidos. Espero que o time do técnico Zé Roberto e a dupla Márcio e Fábio Luiz possam vingar a derrota sofrida por Marta e cia.

Vai Brasil! – Mais uma vitória por 3 sets a 0, desta vez contra a China, e a seleção feminina de vôlei consegue superar pela primeira vez uma semifinal olímpica. Pelo que está jogando, tem tudo para ficar com o ouro.

Ê, Brasil! – Jadel Gregório tinha o melhor retrospecto entre os seus rivais, pois só ele já havia saltado 17,90m na vida. Mesmo assim, o brasileiro ficou apenas na sexta colocação do salto triplo e volta, mais uma vez, sem uma medalha das Olimpíadas.

Jogou como nunca, perdeu como sempre – Lógico que as meninas do futebol feminino são heroínas, mas é a terceira derrota consecutiva que elas sofrem em decisões de competições importantes (Atenas-2004, Copa do Mundo-2007 e Pequim-2008). Apesar de terem mais chances de gols, ficam mais uma vez na segunda colocação.


Marcelinho no meu trabalho

abril 23, 2008

Não é todo dia que a gente recebe um ex-craque do Timão no seu ambiente de trabalho, o que aconteceu comigo no último dia 15. Como prévia do texto que farei sobre ele no “Melhor Corinthians do meu tempo”, segue abaixo a notícia do que rolou:

Marcelinho Carioca apresenta trabalho realizado em Atibaia
Ex-jogador do Corinthians cria Centro de Excelência e vislumbra projeto social

O meia Marcelinho Carioca, um dos principais jogadores da história do Corinthians, compareceu à Câmara de Atibaia na última segunda-feira, 14 de abril. Antes do início da sessão ordinária, Marcelinho e o diretor de marketing Bruno Azenha apresentaram aos vereadores e ao público presente dois projetos que o atleta pretende desenvolver em Atibaia.

“No bairro do Portão, em uma área de 190 mil m², estamos finalizando as obras do Centro de Excelência Marcelinho Carioca”, disse Azenha, que mostrou um vídeo do complexo hoteleiro, voltado ao mercado esportivo e corporativo. “Um dos objetivos do centro é ser o local de concentração para uma seleção durante a Copa de 2014”.

Em seu discurso, Marcelinho falou sobre o Imarca (Instituto Marcelinho Carioca), organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de desenvolver uma obra social para crianças e adolescentes em Atibaia. “O centro esportivo é algo privado, mas não adianta fazer as coisas só para você. Temos que beneficiar a comunidade, o município. Por isso, criamos o Imarca, que terá sede no campo do bairro do Portão e será uma escola de formação de atletas”, declarou o jogador.

Marcelinho pediu o apoio dos vereadores para a implantação do projeto, que não visa apenas ensinar futebol às crianças. “Queremos formar cidadãos, envolvendo a família. Vamos oferecer suporte em educação, saúde, estética e lazer. A escola contará com odontologia, informática e biblioteca”, declarou.


Se retrospecto ganhasse jogo, Timão voltará fácil à Série A

abril 7, 2008

Com a eliminação no Campeonato Paulista, diante do Noroeste, o Corinthians tem de se contentar com a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série B. Para avaliar as chances do Timão na Segundona, fiz um um levantamento com os últimos confrontos do Alvinegro contra todos os adversários que terá pela frente na competição, tanto em casa quanto no campo do rival. O resultado não poderia ser melhor.

Na história, o Corinthians nunca enfrentou o Avaí em casa e jamais jogou contra o Vila Nova em Goiás. Dos 36 confrontos levantados, o Timão venceu 20 vezes, empatou 12 e perdeu apenas quatro (as duas últimas contra o São Caetano, contra o Paraná, no Brasileiro do ano passado, e uma derrota diante do Bahia, no distante Brasileirão de 2003). Foram 62 gols pró e 34 contra. Caso repita esses placares, e com dois jogos de lambuja, o Coringão somará 72 pontos, o que é mais do que necessário para subir à série A (em 2007, o Coritiba foi campeão com 69).

Confira abaixo quais foram os últimos confrontos contra os adversários. O primeiro resultado é referente à partida em casa, e o segundo, fora:

ABC/RN – 1 x 0 (Brasileirão/1977) e 4 x 0 (Copa do Brasil/1996)
América/RN – 1 x 0 (Brasileirão/2007) e 2 x 1 (Brasileirão/2007)
Avaí – Apenas uma partida, fora de casa: 4 x 3 (Amistoso/1943)
Bahia – 1 x 2 (Brasileirão/2003) e 0 x 0 (Brasileirão/2003)
Barueri – 0 x 0 (Paulistão/2007) e 1 x 1 (Paulistão/2008)
Bragantino – 1 x 1 (Paulistão/2008) e 2 x 1 (Paulistão/2007)
Brasiliense – 3 x 2 (Brasileirão/2005) e 4 x 2 (Brasileirão/2005)
Ceará – 2 x 2 (Conmebol/1995) e 1 x 1 (Conmebol/1995)
CRB – 3 x 1 (Copa do Brasil/1994) e 1 x 0 (Copa do Brasil/1994)
Criciúma – 1 x 0 (Brasileirão/2004) e 1 x 1 (Brasileirão/2004)
Fortaleza – 2 x 0 (Copa do Brasil/2008) e 2 x 1 (Copa do Brasil/2008)
Gama – 2 x 2 (Brasileirão/2001) e 3 x 1 (Brasileirão/2002)
Juventude – 1 x 0 (Brasileirão/2007) e 2 x 2 (Brasileirão/2007)
Marília – 3 x 1 (Paulistão/2008) e 1 x 1 (Paulistão/2007)
Paraná – 0 x 0 (Brasileirão/2007) e 0 x 1 (Brasileirão/2007)
Ponte Preta – 3 x 1 (Paulistão/2007) e 1 x 0 (Paulistão/2008)
Santo André – 4 x 1 (Paulistão/2006) e 1 x 1 (Paulistão/2007)
São Caetano – 0 x 1 (Paulistão/2007) e 1 x 3 (Paulistão/2008)
Vila Nova/GO – apenas um jogo, em casa: 3 x 0 (Brasileirão/1978)


Vilão no Timão, craque polonês

março 7, 2008

Os 66.666 torcedores que acompanharam a eliminação corintiana na Libertadores de 2003, diante do River Plate, lembram-se muito bem do lateral-esquerdo Roger. Revelado pelas categorias de base do Timão, o jogador substituiu Kléber e deve ter ouvido o seguinte comentário do técnico Geninho antes da partida: “entra em campo e faz tudo igualzinho ao Kléber”.

Roger entendeu a recomendação ao pé da letra e imitou o titular até na expulsão, ao dar um pontapé em D’Alessandro. Depois disso, nunca mais foi o mesmo no Corinthians, teve uma boa passagem pelo Flamengo e se mandou para o exterior.

Na Europa, o jogador tem agradado e deve servir à seleção. Não a do Brasil (apesar de Dunga já ter convocado até o Bobô!), mas a da Polônia. “Faz tempo que ele vem chamando minha atenção, o Roger poderia contribuir muito na seleção polonesa”, afirmou o técnico do escrete polaco, o holandês Leo Beenhacker, conforme notícia publicada na Gazeta.

Desejo sinceramente que o Roger se dê bem lá na Polônia e tenha uma grande atuação na Eurocopa. Assim, diminui o risco de ele querer retornar às origens. Por aqui, estou muito satisfeito com o André Santos.


Melhor Corinthians do meu tempo: Vampeta – Camisa 5

dezembro 28, 2007

vampeta-vitoria.jpgAcabo de ler a notícia de que Vampeta não está nos planos do técnico Mano Menezes para o elenco do Corinthians em 2008. Pelo que o volante fez nos últimos meses, a decisão do treinador tem o meu apoio , mas aproveito o gancho para eleger o jogador como o melhor camisa 5 do Timão dos últimos 17 anos.

Vampeta tem esse apelido pela sua feiúra, já que parece a “mistura do vampiro com o capeta”. Começou nas categorias de base do Vitória, profissionalizou-se no início dos anos 90 e em 1993 fez parte do grupo vice-campeão brasileiro. Transferiu-se para o PSV Eindhoven no ano seguinte, onde jogou com Ronaldo Fenômeno, voltou ao Brasil em 95 para disputar o Campeonato Brasileiro pelo Fluminense e atuou mais dois anos na Holanda.

No início de 1998, chegou ao Corinthians como um desconhecido do torcedor paulista, apesar das boas referências e da confiança do técnico Vanderlei Luxemburgo. Não demorou muito para mostrar seu valor, ao fazer parte de um meio-campo mágico com Rincón, Marcelinho e Ricardinho e conquistar o Brasileiro no final do ano.

vampeta-corinthians.jpg

No primeiro semestre de 1999, o Corinthians foi eliminado nas quartas-de-final da Libertadores pelo Palmeiras, e Vampeta perdeu um dos pênaltis na disputa contra o rival. No restante do ano, porém, só alegria: campeão Paulista e bi Brasileiro.

Em 2000, conquistou seu maior título pelo Timão, ao ser campeão Mundial de Clubes. A felicidade de estar no topo do planeta acabou em menos de seis meses, com uma nova eliminação corintiana para o Palmeiras na Libertadores, desta vez na semifinal.

Sem a taça continental que faltava na sua coleção, o volante foi vendido à Internazionale de Milão por US$ 15 milhões. Na Itália, foi um fiasco, assim como na sua breve passagem pelo Paris Saint-Germain. Voltou ao Brasil para disputar o Brasileirão de 2001 pelo Flamengo e imortalizou a frase: “eles fingem que me pagam e eu finjo que jogo”.

O bom futebol de Vampeta só reapareceu quando ele retornou ao Corinthians. Em 2002, sob o comando de Carlos Alberto Parreira, o jogador foi campeão do Rio-São Paulo, da Copa do Brasil e ainda ficou como vice do Brasileirão. Pela seleção brasileira, amargou a reserva na conquista do quinto título mundial, mas acabou como a estrela da comemoração, ao rolar bêbado pela rampa do Palácio do Planalto com suas cambalhotas.vampeta-cambalhota.jpg

Ainda seria campeão paulista de 2003 pelo Timão antes de sofrer uma grave contusão no joelho. Depois desse fatídico dia, jamais voltou a brilhar, seja no Vitória, Kuwait, Brasiliense, Goiás e no próprio Corinthians, onde amargou o rebaixamento neste ano.


20 anos depois, Corinthians é rebaixado

dezembro 3, 2007

O pentacampeonato nacional do São Paulo neste ano fez ressurgir a polêmica se o Flamengo é ou não cinco vezes campeão brasileiro. Isso acontece porque um dos títulos da equipe carioca foi conquistado em 1987, ano em que o Brasileirão teve o nome de Copa União.

Eu sou daqueles que reconhece a conquista flamenguista, pois entendo que o Módulo Verde foi o verdadeiro Campeonato Brasileiro de 87. Assim, lembro que o Corinthians terminou aquele campeonato na 16ª (e última) colocação, o que rebaixaria a equipe na ocasião. A queda só não ocorreu porque no ano seguinte o Brasileirão contou com 24 clubes, graças a um acordo entre Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Clube dos 13.

A Marlene Matheus deu uma declaração logo após o apito final de Grêmio 1 x 1 Corinthians de que “isso (a queda) nunca aconteceria nas mãos do Vicente”. Só não aconteceu porque, na época em que ele era presidente, virada de mesa era algo normal.

Em 2000, no mesmo ano em que foi campeão Mundial, o Timão terminou a famigerada Copa João Havelange (Módulo Azul) na 24ª colocação (a penúltima). Novamente, se o campeonato tivesse sido sério, era outro rebaixamento à vista (apesar de, pelas regras das competições anteriores, havia uma espécie de “ranking do descenso”. Como o Corinthians era o atual bicampeão brasileiro – 98/99 -, dificilmente cairia).

Esse preâmbulo serve para mostrar que a ida do Timão para a segunda divisão não é algo isolado na história do clube. Lógico que agora a dor da torcida é maior, mas em algumas situações o time fez campanhas medíocres e merecia ser castigado.

Este ano, então, o rebaixamento foi merecidíssimo. Nem vou citar as chances que a equipe teve para se salvar e não aproveitou. Prefiro me concentrar no fato de o time ser o segundo pior em número de vitórias (10) e gols marcados (40), em 38 partidas. É a constatação de que o Corinthians não entrava para ganhar ou, se entrava, era muito incompetente.

Mesmo sabendo que a queda para a segundona era clara, mantive-me esperançoso até o fim. Aliás, quase. Quando o Goiás fez 2 a 1 no Internacional, ficou estampado na cara dos torcedores, eu inclusive, que a vaca tinha ido para o brejo. Os jogadores não davam sinais de que haveria alguma chance de gol.

Ao término da partida, não chorei. Assimilei o resultado e, por mais triste que seja o descenso, o jeito é continuar fiel à equipe e esperar os confrontos contra Criciúma, Bragantino, Barueri, CRB, ABC/RN e Gama. Antes disso, teremos o Paulistão e a Copa do Brasil. Por mais que tudo indique que a situação só tende a piorar, eu, como torcedor, creio na possibilidade de um 2008 redentor.


E o Corinthians ainda depende só dele…

novembro 29, 2007

Por mais que seja um torcedor masoquista, também permaneço otimista. A situação do Corinthians é terrível, mas tento olhar pelo lado bom: a equipe depende só dela, é vencer o Grêmio e permanecer na primeira divisão.

Mas é justamente aí que mora o perigo. O Timão já disputou várias “finais” e não se saiu bem. Empatou em casa com o Atlético-PR, não conseguiu matar o Goiás no Serra Dourada e desperdiçou o “match point” contra o Vasco, já que o Galo goleou os goianos no Mineirão.

Duas situações ainda me fazem crer que o Corinthians não será rebaixado: a incompetência de Goiás e Paraná e o fato de o time ter um histórico de cumprir missões impossíveis. Ao analisar o passado do Timão, quando você menos espera da equipe, aí é que ela se sobressai. A última amostra disso foi a vitória sobre o São Paulo.

Fico com uma certa dó do Nelsinho. Com exceção do goleiro Felipe, ele está com jogadores de um nível muito baixo para escalar. Na lateral-direita, quando não é o Iran que entrega, vem o Amaral e “bate a continência” para o jogador do Vasco ficar livre para cruzar. A zaga oscila em bons e maus momentos. Na esquerda, o Everton até que não foi mal, mas mesmo assim deve perder a posição para o Gustavo “chinelinho” Nery.

O meio-campo não arma, deixa espaços para o adversário e mal consegue trocar uma meia dúzia de passes. Pelo menos, teremos a volta do Moradei. Na parte ofensiva, o Finazzi fará falta (!), já que Arce, Wilson, Clodoaldo e Lulinha parecem ter medo de estufar as redes (incluo o Dentinho nesta lista, só que ele não viajará a Porto Alegre).

Os secadores começaram a comprar os rojões. Os palmeirenses nem lembrarão que o Porco enfrentará o Atlético/MG no Parque Antarctica, ficarão grudados na Globo para ver o possível rebaixamento do arqui-rival. Os são-paulinos sonham em encerrar o melhor ano da história do clube com uma “vitória” no Olímpico, desbancando o bi mundial de 92/93 e a conquista do tri em 2005 (ano ofuscado pelo Timão de Tevez, tetra do Brasileiro). Os santistas se multiplicarão, sairão da tumba caso o Corinthians termine entre os quatro últimos do Nacional.

Felipe; Betão, Zelão e Fábio Ferreira; Amaral, Moradei, Carlos Alberto, Lulinha e Gustavo Nery Everton; Wilson e Arce. Que esses 11 jogadores se transformem em heróis no domingo e massacrem o Grêmio. E impeçam uma tragédia sem tamanho.